It's a one time thing
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Suzanne Vega

sexta-feira, 18 de março de 2016

QUE SEGURO SEMPRE ESTEJA

Confesso que não sou dos maiores apreciadores de Samuel Úria enquanto cantor, mas gosto muito da sua faceta de compositor. E quando tem uma voz como a de Márcia para o ajudar num tema por si escrito de uma simplicidade assombrosa e de grande capacidade de se bambolear entre as regras e cumplicidades da língua portuguesa, então surge magia, como este acústico Eu seguro, colaboração que saiu no álbum de Samuel O Grande Medo do Pequeno Mundo, de 2013. O vídeo, tão simples e embalador, é pouco mais do que os dois amigos, uma guitarra, um barrete, um par de sapatos e uma cadeira, tudo filmado sem presunções ali para a Caparica (parece-me). Mas é mais do que suficiente.

Num registo um pouco mais sério: quando andava há uns tempos a pesquisar pela Internet sobre artistas portugueses, uma das primeiras páginas que me surgiu sobre Samuel Úria era uma estridente cacofonia de um "clérigo" muçulmano radicado num país nórdico, e onde, entre outras imbecilidades, colocava uma lista de "pessoas judias famosas na Europa". Nas (poucas) portuguesas estava... Samuel Úria. A página, que infelizmente não consegui voltar a encontrar – ou talvez felizmente tenha sido eliminada –, era uma pouco velada ameaça à integridade dos nomeados.
E fiquei abismado em a simples ascendência, o simples apelido, pode colocar um artista na mira (mesmo que apenas virtual) destes loucos. Para Samuel Úria, ao que sei uma pessoa de paz e de bem e que com a sua música coloca o Mundo triste em que vivemos um pouco melhor, uma longa e próspera vida (e muitas canções). E.M.



Samuel Úria com Márcia, Eu seguro (2013)

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