It's a one time thing
It just happens a lot

Suzanne Vega

segunda-feira, 16 de maio de 2016

ABBA  BANG-A-BOOMERANG

Ah, ABBA. Perfeição é a palavra. Na construção das melodias, no pormenor dos arranjos, na produção inovadora, na magia do uso do estúdio, nas vozes das meninas que se conjugavam perfeitamente. Passados tantos anos, continuam tão frescos como em 1975, ano em que este magnífico pedaço de pop chamado Bang-a-boomerang saiu no álbum ABBA (mas atenção, o tema tinha sido escrito por Bjorn Ulvaeus e Benny Anderson no ano anterior para os seus compatriotas Svenne & Lotta levarem ao Festival da Eurovisão, que os ABBA tinham vencido nesse histórico 1974 com Waterloo).
De entre tanto para ouvir nesta canção, destaco a bateria "à Velho Oeste", a percussão de espanta-espíritos e, principalmente, mais uma excelente linha de baixo desse virtuoso infelizmente já falecido que foi Rutger Gunnarson.
O vídeo mostra um grupo ainda unido, feliz, e, sendo a década de 70 e eles suecos, sem qualquer problema em mostrar os dentes encavalitados. O que interessava, obviamente, era a música. E.M.

ABBA, Bang-a-boomerang (1975)



terça-feira, 10 de maio de 2016

BRUCE JÁ PARA A SEMANA

Terminou a rambóia dos AC/Guns'n'Roses/DC (Axl Rose apareceu em Algés, e a horas! O que um contrato à prova de bala faz... É que ele só vai ver a cor do dinheiro dos australianos após o final do último concerto. Chamem-lhes parvos...). 
Por mim, guardei as forças para o primeiro dia do Rock in Rio, ou seja, THE BOSS. Mas há outras coisas curiosas nesse 19 de Maio:
- Fandango, mais um interessante projecto de veteranos das guerras do rock nacional, Gabriel Gomes (ex-Sétima Legião e Madredeus) no acordeão e Luís Varatojo (ex-Peste e Sida e A Naifa) na guitarra portuguesa sobre batidas electrónicas. Tem é que se chegar cedo, pois eles abrem o Palco Electrónica.
- No Palco Vodafone surgem os também portugueses Keep Razors Sharp, que já aqui foram aplaudidos, e os Black Lips, que trazem de Atlanta o seu bem sujo garage rock.
Bruce Springsteen, já se sabe, toca todo o seu álbum duplo The River, mais uma dúzia de êxitos avulsos. Desta feita escolhemos Ramrod, que B.S. e a sua E-Street Band esticam a níveis de gozo e duração improváveis. E.M.   

Bruce Springsteen, Ramrod (1980)

quarta-feira, 4 de maio de 2016

SOLOS DE GUITARRA DA MINHA VIDA

#1 Slash (Guns'n'Roses) November rain

O título diz tudo, basicamente. Grandes solos de guitarra, daqueles que me fazem imitar os gestos dos geniais artistas na minha "air guitar". Têm em comum serem muito melódicos, sentidos e sem grande espalhafato mas com imensa técnica. Ou seja, não há aqui qualquer tentativa de tocar 300 notas por minuto ou mostrar a imensa pedaleira. O que conta é a emoção.
Para começar, mister Saul Hudson, ou melhor, Slash, dos Guns'n'Roses. Esta é uma das baladonas editadas em 1991 nos dois álbuns duplos simultâneos Use Your Illusion, e que na prática foram o canto de cisne da banda. Até este ano... November rain é um belíssimo épico, construído por Axl Rose no piano e na letra (já agora, não há orquestra alguma na canção, foi tudo colocado a dedo por Axl Rose com sintetizadores e programação), a que Slash dá o toque de magia com o seu solo. Ou melhor, dois solos. Ou um solo dividido em duas partes.
O videoclipe não deixa de ser divertido, com a encenação do casamento e do copo-d'água. A meio, Slash sai da igrejinha e "toca" uma das suas adoradas Gibson Les Paul. Como é que ele consegue tirar algum som sem um único amplificador ou coluna à vista? Mistérios... Agora sério, ouçam com ouvidos de ouvir estas duas belas séries de notas saídas deste matulão cheio de feeling. E.M



Slash, Guns'n'Roses, November rain (1991),
primeiro solo aos 4m12s, o segundo solo aos 5m22s







segunda-feira, 2 de maio de 2016

ÁUREA   Busy (for me)

O tempo roda tão rápido, que corremos o risco de ir perdendo pelo caminho nomes que merecem ficar connosco. Lembrei-me disto ao saber que a "nossa" Áurea tem novo disco. O seu álbum homónimo de estreia, de 2010, foi uma surpresa, e das muito boas. Uma cantora com voz, presença e canções de soul à sua altura. E tudo feito com a prata da casa. Ninguém esperava, mas o disco "rebentou" por esse país fora, muito por causa deste Busy (for me), que vai buscar inspiração às canções de intérpretes (curiosamente masculinos) dos anos 60, como Pickett e Redding, mas também ao visual de cantoras de cabaret e de jazz das décadas anteriores. Vamos ouvir com atenção o novíssimo Restart, na esperança de o pop mais plástico de Soul Notes (2012) ter sido mesmo apenas um passo mal dado, demasiado cedo. É que Áurea parece ser daquelas vozes e personalidades que precisa de estar em pousio, e encher-se para depois poder dar tudo o que tem. E.M.     


Áurea, Busy (for me), (2010)