It's a one time thing
It just happens a lot

Suzanne Vega

quinta-feira, 20 de julho de 2017

THE PRETENDERS  
É APENAS ROCK'N'ROLL, E É MUITO

The Pretenders
19 de Julho de 2017 (quarta-feira)
EDP Cool Jazz 
Oeiras, Parque dos Poetas
22h30
(primeira parte: Rita Redshoes)

God damned! Isto sim, foi um concertaço. Os Pretenders não vinham cá ao burgo há quase vinte anos, mas não desiludiram. A veterana banda rock inglesa (se bem que liderada pela vocalista norte-americana Chrissie Hynde) teve os seus dias de glória nos finais dos anos 70 e durante a década seguinte, com êxitos com Brass in pocket ou Don't get me wrong. E se ontem esse sucessos algo pop-rock foram, como disse Chrisse, "despachados", o geral do alinhamento foi rock'n'punk sem mariquices nem grandes penachos técnicos. Versões curtas, poucos solos, muita guitarrada distorcida (grande achado em James Walbourne na guitarra-solo), tudo a viajar à vista da capitã Hynde,que comandava a banda com um pé no casual e outro na dama de ferro. Como ela bem disse, numa das muitas interacções com o público: "Vamos tocar uma canção rock. Bem, só vamos tocar rock!"

Na bateria esteve, como sempre desde há 35 anos, Martin Chambers. Kid foi dedicada a James Honeyman-Scott e Peter Farndon, os outros dois elementos originais, ambos falecidos muito prematuramente por overdose. Belas interpretações de Stop your sobbing e I go to sleep, compostas por Ray Davies (The Kinks), o primeiro marido de Hynde. E incendiárias aparições de Thumbelina e Precious, esta já no encore.
E a voz, perguntam? Para uma senhora de 65 anos, esteve muito bem, colocando como deve ser o seu estilo lânguido-furioso (e a sua guitarra-ritmo) a reboque da batida de Chambers. Pode nunca ter tido a melhor voz do mundo, mas é inconfundível e conseguiu que as agruras da vida não lhe afectassem muito as cordas vocais. 

O estádio do Parque dos Poetas não estava muito mais do que meio, e a noite algo agreste, mas os entusiastas reagiram bem à energia que vinha do palco, num concerto que passou num ápice (apesar de ter começado bem tarde, pois ainda actuou a portuguesa Rita Redshoes, que parece sempre esforçar-se muito para alcançar resultados medianos). Uma pergunta: não se pode exterminar os "paus de luz" que o merchandising da EDP andava a distribuir? Parecia uma rave psicadélica... 

Chrissie é uma danada para a brincadeira, mas não é se de brincar com ela, manteve tudo forte e agressivo mas com bom coração. Ou seja: o coração do rock já entradote esteve aqui, e não, por exemplo, na actuação "macdonaldizada" dos Guns 'n' Roses há mês e meio em Algés.
E tudo apenas por 25 euros. Pechincha do ano. E.M.




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