It's a one time thing
It just happens a lot

Suzanne Vega

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Dom La Nena – língua à volta do Mundo

Confesso que até há poucas semanas nunca tinha ouvido falar de Dom La Nena (de sua graça Dominique Pinto, nascida em 1989 no Rio Grande do Sul). Mas um spot passado na Antena 1 chamou-me a atenção – seria a voz? a cadência? a respiração? Enfim, encurtando a história, na noite de 4 de Novembro lá me desloquei ao Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém para ver o concerto da jovem brasileira. 

Numa sala muito bem-composta a nível de público (estava integrada no festival Misty Fest), uma actuação rigorosamente a solo, baseada essencialmente no segundo/último álbum, Soyo (2015), e que bela surpresa que foi. Tocou tudo: violoncelo, guitarra eléctrica, ukelele, percussões, teclas, caixinha de música... usando a técnida da loopstation para iniciar os instrumentos de base, continuando estes a tocar sozinhos ao logo da canção. Uma espécie de "one woman band", basicamente. Dado que estudou violoncelo na Argentina, viveu em Paris e agora também anda por Lisboa, não espanta que tenha cantado em português, "brasileiro", francês, castelhano e inglês. E é de uma forma muito redondinha que as línguas se vão entrelaçando umas nas outras. 

As suas canções são pequeninas mas não são simples. São cativantes e leves e algo misteriosas. É uma rapariga diferente, lá isso é. Foi um prazer ver como comandou a audiência, contou histórias, fez inesperados. Cantou uma versão de Felicidade, o clássico do seu conterrâneo Lupicínio Rodrigues, e escapuliu-se após o encore pela porta  principal do Pequeno Auditório enquanto a plateia ainda cantava "la Nena soy yo". Quando saí ainda ouvi ao longe os sinos que tinha amarrado no seu tornozelo. E.M.

Dom La Nena, Vivo na maré (2015)

Sem comentários:

Enviar um comentário