It's a one time thing
It just happens a lot

Suzanne Vega

sábado, 9 de abril de 2016

THE BREEDERS CANNONBALL

Primeira incursão na constelação Pixies-Breeders-Belly-Throwing Muses, ou seja, naquilo que de melhor o rock independente e inteligente dos Estados Unidos nos deu nos anos 80 e 90. 
As Breeders foram nos anos 90 a forma de escape de Kim Deal, que, baixista nos Pixies, tinha uma relação muito tensa com Black Francis, que, nomeadamente, quase não a deixava cantar ou apresentar composições para a banda de Boston gravar. Deal chamou outra alma inquieta – Tanya Donelly, que enfrentava nas Throwing Muses situações semelhantes com a sua irmã e "boss", Kirstin Hersh. O primeiro álbum, Pod (1990), era de uma enorme rudeza e rugosidade, gentileza do superprodutor alternativo Steve Albini, que o transformaram num dos favoritos de Kurt Cobain.
Mas foi com Last Splash (1993) que as Breeders (agora já sem Tanya, que saíra para fundar as Belly, mas já com Kelley Deal, irmã de Kim... isto já parece a trama de uma novela mexicana) alcançaram o que ainda era possível nesses dourados anos 90: êxito comercial e crítico com um álbum de rock alternativo bem puxado e que tanto jogava no melódico como no "noise".
De entre um disco muito regular, acabámos por escolher o tema de ponta, Cannonball.
Mudanças de ritmo, guitarras a entrar e a sair, vozes gritadas e atiradas por poços, "breaks", floreados de guitarras por aqui e por ali, e um refrão que parece uma banda inteira a cair pelas escadas do estúdio. 
O videoclipe é uma enciclopédia dos tiques de indie rock (banda a "tocar" mais imagens avulso de objectos em estranhos contextos), e cabeça de vocalista no aquário como viria a fazer o amigo Thom Yorke dos Radiohead. E assim temos um clássico indie instantâneo.
A banda depois perdeu gás, as manas meteram muito pó pelas veias, e os velhos grupos originais voltaram a reunir-se e a desfazer-se... Mas isso já é outra história. E.M.

The Breeders, Cannonball (1993

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