It's a one time thing
It just happens a lot

Suzanne Vega

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Dexys Midnight Runners
There, there, my dear


Ah, ser adolescente e poder ouvir pela primeira vez Searching for the Young Soul Rebels, o álbum com que Kevin Rowland estreou os seus Dexys Midnight Runners. Um álbum como o grupo, e como próprio Rowland: forte, melódico, intenso, directo mas subtil, empenhado social e politicamente. Recupera a soul mais rica dos anos 60, como, por exemplo, da editora Stax/Volt. Junte-se-lhe uns pozinhos do rock inglês e a inquietação de um irlandês de classe operária em Inglaterra, e temos um clássico. Podia ter escolhido praticamente qualquer um dos onze temas, mas confesso que tenho uma predilecção pelo que está no finalzinho. Chama-se There, there, my dear, e é uma pérola. Quase uma marcha, com uma belíssima linha de baixo mesmo muito grave, os sopros sempre a riffarem por trás. E Kevin Rowland totalmente possuído pela raiva, questionando o receptor, um tal de Robin, sobre como pode ele, num mundo repleto de grandes escritores, pensadores, músicos, dramaturgos... como é que ele consegue realmente gostar de Frank Sinatra!?... Soul com alma, contra a mediocridade e a complacência. E.M. 

Dexys Midnight Runners, There, there, my dear (1980)

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