It's a one time thing
It just happens a lot

Suzanne Vega

quarta-feira, 7 de junho de 2017

GUNS N' ROSES

A MÁQUINA DE SOLOS PROFISSIONAIS


PASSEIO MARÍTIMO DE ALGÉS, LISBOA/ALGÉS
2 DE JUNHO DE 2017 (sexta-feira), 20h50 

Mais um regresso a Portugal, de mais uma banda que "nunca" se voltaria a reunir. Mas a vida estava a ser madrasta para Axl Rose (o vocalista que manteve o nome nos negros anos 2000) e Slash, o guitarrista que saiu em 1996, iniciando de facto o fim da formação canónica de uma das mais importantes bandas do hard rock dos anos 80 e 90. 

Mas Slash divorciou-se há pouco tempo da mais recente esposa, Perla, e o acordo deve ter envolvido muitos milhões de dólares, a grana estava a escassear... Os anos passaram, as incompatibilidades entre os dois "machos alfas" do grupo de Los Angeles foram-se alisando, e o "impensável" aconteceu; digressão mundial. Presentes da formação inicial Axl, Slash e baixista Duff McKagan, mais o teclista Dizzy Reed, que gravou os duplos álbuns Use Your Illusion I e II.

Na paragem em Algés, o que se viu foi uma máquina muito bem oleada, com um alinhamento (praticamente inalterado desde o inicio da tournée) com quase todos os êxitos (terá faltado Don't cry e, para mim, I used to love her), versões normalmente bem conseguidas, muitos, muitos, muitos solos de Slash, e uma ou outra surpresa. A setlist pode ser consultada AQUI.

Ideias principais: Slash é dos rockers mais cool em cima de um palco. Axl Rose é dos menos cool em cima de um palco: gordo, feições disformes, cada vez mais parecido com Meatloaf. E com aqulla voz esganiçada de hillbilly de Lafayette, que nunca me convenceu.
Resultado: abordei o concerto dos Guns como essencialmente de instrumentais, em que a voz de Rose era apenas mais um som, como se fosse uma base de sintetizador marado.

E assim, foi um belo concertaço, quase três horas. Bom som, boa multidão - talvez demasiada multidão, estava muita, muita, muita gente, os tempos de entrada, saída, filas para comida, merchandising e etc. intermináveis, como há muito não via.

Destaque para boas rendições de You could be mine e Civil war, e a baladona November rain. Nas versões, recuperaram em boa hora Whole lotta Rosie dos AC/DC (que muito influenciaram os Guns n' Roses e que tocaram o ano passado neste mesmo local com Axl Rose a substituir Brian Johnson! A vida dá cada volta...), e especialmente Black hole sun, dos Soundgarden, em jeito de homenagem ao muito recentemente falecido Chris Cornell, vocalista daquela banda de grunge de Seattle. Ah, claro, e Wish you were here, dos Pink Floyd, apenas com as guitarras de Slash e Richard Fortus

Sweet child o'mine continua bonita (e o intro a ser o que os putos mais usam em lojas de instrumentos musicais para testar guitarras eléctricas. Ainda bem, já não havia pachorra para Smoke on the water ou Stairway to heaven), e Paradise city um favorito do povão. Pensando bem, o álbum de estreia, Appetite for Destruction (1987), foi tocado quase na íntegra. Sinal de que a ideia era voltar aos tempo de juventude e de inovação, deles e dos espectadores. Tarefa cumprida. E.M.









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