It's a one time thing
It just happens a lot

Suzanne Vega

domingo, 4 de junho de 2017

Quatro horas para vestir um colete
(ou as minhas aventuras enquanto figurante)

Tudo o que diz respeito a artes (bem, quase tudo) me interessa. Assim, quando vi um anúncio a pedir figurantes para o filme/minissérie Ruth, não hesitei. Fui chamado, e lá me dirigi numa noite de segunda-feira a um famoso restaurante lisboeta para a filmagem de três cenas: chegado às 22h30, só abandonei o plateau pelas 9h30 da manhã seguinte - estoirado, naturalmente.
Conclusão: é preciso uma imensa paciência para se fazer cinema. Basicamente o que se faz é esperar. Esperar para se ser maquilhado. Esperar para se ser penteado. Esperar para se vestir. Esperar que o chamem. Esperar que coloquem nos locais todos os adereços, luzes, figurantes, actores, etc. Esperar que se recomece a filmagem, porque a luz não estava bem... Esperar que se recomece a filmagem, porque o som não estava bem... Esperar que se recomece a filmagem, porque o realizador não gostou... Esperar que se recomece a filmagem, porque um dos múltiplos assistentes disse qualquer coisa... Esperar que se recomece a filmagem, porque... bem, porque sim, por que não? 
Enfim, valeu pela possibilidade de ver como funciona por dentro esse mundo, muito menos glamoroso do que seria de esperar - e não pelo pagamento, tão abaixo de simbólico que nem me atreverei a mencioná-lo.
Ruth é uma produção da Leopardo, com realização de António Pinhão Botelho (filho da jornalista Leonor Pinhão e do realizador João Botelho). Tem estreia marcada para 2018, e trata da luta entre Benfica e Sporting para contratar e trazer Eusébio de Moçambique, em 1961. E.M.   




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