It's a one time thing
It just happens a lot

Suzanne Vega

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Bolsa musical: Mortos famosos #4 Janis Joplin 

Há artistas que morrem novos. São relembrados e recuperados, mas a sua obra, para além do que é obtido nos arquivos do que gravaram mas não chegaram a editar em vida, mantém-se fechada. Mas ao ouvir as suas canções, muitas vezes questiono-me sobre o que poderiam ainda ter feito se não tivessem falecido tão novos. Neste singela rubrica, é mesmo esse exercício de adivinhação que se tenta fazer. 

Janis Joplin (morreu a  4 de Outubro de 1970), com 27 anos
Janis Joplin. Esta sim, uma perda imensa para a música e a cultura em geral. Claro que algumas das características que a tornavam especial ou mesmo única foram as mesmas que a levaram ao desaparecimento prematuro. O imenso gosto pelas coisas "boas" da vida (sexo, álcool, drogas) de forma excessiva criou-lhe uma base de experiências que passou para as suas letras e músicas. A sua imensa vontade de se afirmar num mundo essencialmente masculino, bonito e bem-educado deu-lhe forças para abrir caminhos estéticos diversos a partir da tradição dos blues, dos musicais e dos espirituais. Nas décadas que se seguiram à sua morte em 1970, e que foram dominadas pelas ramificações do rock, creio que Janis poderia ter continuado a ser uma jogadora importante, quer na continuação da tradição como na inovação. Imagino-a perfeitamente a enveredar pelas versões acústicas e intimistas, ou a explorar as margens do "spoken word" e da performance.  
Probabilidades de futuros êxitos musicais: 90 em 100. E.M.


Para recordar, uma dilacerante versão do standard Little girl blue, um original de 1935 de Rodgers & Hart, aqui ao vivo no programa de TV de Tom Jones.


Janis Joplin, Little girl blue (1969) 

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