OUTRAS HISTÓRIAS DA DEOLINDA
Já cá canta, quentinho, Outras Histórias, o novo (quarto de originais) da Deolinda. E macacos me mordam se não acertaram de novo, neste que pode ser considerado já um disco de meia-idade face à esperança média de vida de uma banda. São quinze canções, pelo que ainda está a ser digerido, mas as primeiras impressões são muito positivas.
Assim por alto, os primeiros pontos também altos que saltaram ao ouvido e ao coração:
- do tema de avanço, Corzinha de Verão, já se falou por aqui. Acrescento só que acho que vai durar muitos verões pelos ouvidos lusos.
- Desavindos é uma belíssima e muito simples balada, com um arranjo inatacável, onde o convidado Manuel Cruz (o multifacetado artista que ficará para sempre como a alma dos míticos Ornatos Violeta) dá a voz a uma canção de uma intimidade adulta e tocante.
- Canção Aranha é clássico Deolinda, muito jazzy, muito balanceada, com uma história de dia-a-dia suburbano a cruzar-se com a própria existência e função de casamenteira da canção. Um raio de luz no cinzentismo da pequena vida da Grande Lisboa.
- Bom partido é uma marchinha popular de pé na chinela com alguns momentos hilariantes: "Pedi ao meu Santo António / que me encontrasse um amor assim: / belo, rico, casa, carro e olhos / (...) Devo ter pedido mal / trouxe um homem míope e baixinho / sem carta nem enxoval".
- A velha e o DJ é o mais modernaço que a Deolinda traz, com piscadelas de olho aos ritmos africanos mais modernos, cortesia de DJ Riot, dos Buraka Som Sistema.
Para ir roendo nos próximos dias. Deolinda, amiga, o povo português continua contigo, tal como tu continuas connosco. E.M
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