It's a one time thing
It just happens a lot

Suzanne Vega

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

ALEGRIA! ALEGRIA!

Alegria é, num dia de Verão, sair à rua, colocar os auscultadores nos ouvidos, ligar o rádio na Nostalgia (estação que merecerá post próprio em breve), e ouvir os primeiros acordes de Alegria, essa maravilha composta por Pedro Ayres Magalhães e editada pelos Heróis do Mar em 1985. Combinaçãozinha perfeita entre pop e rock, Alegria vive de uma saltitona linha de baixo típica de Pedro Ayres Magalhães bem colada à batida, aqui especialmente forte e puxada para a frente no mix, de António José de Almeida. É um tema grande, que se alonga na intro, passa depois para os lá-lá-lás, e só depois entra a letra, curtinha mas incisiva: "Não há ninguém capaz de me dar alegria / Não há ninguém capaz de me dar o que eu queria / Alegria, alegria." Ironia ainda maior, um tema tão alegre e soalheiro, perfeito para se ouvir sob o céu azul de Lisboa, é na realidade uma sardónica resposta às relações difíceis da banda com a editora Polygram, e que levariam à próxima saída para a EMI, onde editariam em 1986 o álbum de regresso (em todos os sentidos), Macau. Basicamente, de um lado, a editora, queriam mais Amor e Paixão (os singles de sucesso, se bem que os sentimentos também não ficariam mal), do outro, a banda, com o desejo de investir por outras sendas artísticas, que os Heróis nunca foram de se repetir. Longa vida à excelência da música portuguesa em 45 rotações! E.M.


Alegria, Heróis do Mar (1985)




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