It's a one time thing
It just happens a lot

Suzanne Vega

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Patti Smith em Lisboa

Coliseu dos Recreios
Rua das Portas de Santo Antão, Lisboa 
21 de Setembro de 2015 (2.ª feira), 21h30 


Patti Smith esteve muito tempo sem vir a Portugal, agora parece estar cá sempre... Não me estou a queixar, que uma artista do seu nível é sempre bem-vinda. Dia 21 de Setembro volta ao Coliseu lisboeta para apresentar na íntegra o seu disco de estreia de 1975, Horses. Nada de novo, portanto, pois este é um formato de concerto que está a expandir-se para os nomes mais veteranos: a totalidade de um disco ícone no seu alinhamento, seguido de mais uns êxitos avulsos.
Patti, naquela sua tão particular junção de poesia beat e punk rock, não consegue dar um mau concerto. E algumas tangentes ao afinamento podem ser perdoadas a quem tem claramente inteligência, bondade e coragem. Pena foi que ela, representante da emancipação feminina, no alto das suas contradições tenha praticamente deixado de aparecer em público nos anos 80 e 90, "fechada" em casa a cuidar dos filhos e do marido, o ex-guitarrista dos MC 5 e Stooges Fred "Sonic" Smith. Mas ele morreu, os filhos cresceram, e ela aí está em grande actividade nos últimos tempos. Vem a Lisboa acompanhada pela sua Patti Smith Group, com o genial guitarrista Lenny Kaye e o baterista Jay Dee Daugherty, que a acompanharam na gravação de Horses e são importantíssimos na definição das suas coordenadas estéticas ao vivo e em disco.  
Apesar de tudo, na sua reclusão teve tempo para lançar em 1988 o álbum Dream of life, cujo farol era People have the power. A produção à anos 80 não é das mais apelativas, mas a melodia e o chamamento à união dos povos são inquebrantáveis - se bem que, passado mais de um quarto de século, temos a clara noção que o povo actualmente pode ter tudo, mas não tem a força ou o poder. 
E quão lamentável é esta canção de mensagem simples e positiva ser boicotada em programas de rádio e TV dos Estados Unidos devido ao seu conteúdo "comunista" e "anti-americano"? "Ass holes", como diria, e muito bem, Patti Smith.
Dia 21 este deve ser um dos temas abordados pela barda americana. Quem puder que aproveite, pois eu, em princípio, não poderei lá estar, devido a compromissos profissionais. E.M. 




Patti Smith, People have the power (1988)





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