It's a one time thing
It just happens a lot

Suzanne Vega

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

ATENÇÃO: PIROSIDADE À FRENTE

#2 Tom Jones, Delilah (1968) 

Ah, já não se fazem canções destas. E se calhar ainda bem, pois é percorrida por um perigoso sopro de misoginismo... 
Bem, vamos aos factos: Delilah foi escrita por Barry Mason e Sylvan Whittingham (letra) e Les Reed (música). No ano da graça de 1968, Tom Jones, o galês dono de um vozeirão de se lhe tirar o chapéu, fez a versão original que lhe trouxe fama e proveito. Originalmente uma balada, o arranjo para Jones avançou com cordas e sopros e percussão e um ar geral de falso mariachi, que afinal se adapta perfeitamente ao tema, uma história de faca e alguidar sobre um homem que vê a sua amada a traí-lo com outro homem e, louco de ciúmes, a mata, antes de se barricar atrás da porta até a polícia vir para a arrombar e levá-lo preso.
Um mimo de politicamente incorrecto, portanto, que, creio, nos dias que correm teria bastantes dificuldades em ser editado, quanto mais promovido até ao sucesso global. Tom Jones, por esses anos no auge do seu poder vocal, arrasa: note-se no arrastar ameaçador de "she stood there laughing / I felt the knife in my hand and she laughed no more". A melodia do refrão é simplesmente contagiante, e extremamente adaptável, razão por que é cantada desde cubículos de escritório até estádios de futebol, com as obrigatórias alterações de letra. Experimente-se, por exemplo, cantar em português: "Por quê, por quê, por quê, Dalila". Impagável. E.M.


Tom Jones, Delilah (1968)



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