It's a one time thing
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Suzanne Vega

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Dúvida existencial 

#1 Quem realmente toca o saxofone em Estou além, de António Variações?

O primeiro single/máxi de António Variações, editado em 1982, foi mais uma grande e boa surpresa, mesmo numa época em que elas abundavam por terras musicais lusas. De um lado do vinil, uma versão eléctrico-cabaret de Povo que lavas no rio, clássico de Amália e da psique sebastianista nacional; do outro, um pedaço portentoso de pop contemporâneo que não só é um irresistível convite à dança (apesar do ritmo pouco convencional), como colocou sucessivas gerações a cantar "eu só estou bem aonde eu não estou / porque eu só quero ir aonde eu não vou". Aliás, creio ser um sentimento assaz positivo, que nos leva sempre a correr à procura de melhor, outras pessoas, outros locais, outras ideias e outros ideais.
Na gravação, tal como sucedeu com o álbum de estreia, Anjo da Guarda, onde o tema foi incluído, o cabeleireiro/cantor/compositor e letrista foi acompanhado pela nata dos músicos nacionais, nomeadamente os ligados aos GNR e Salada de Frutas. Mas há uma questão: os solos de saxofone são atribuídos a um tal de Chester Passarella, conta a lenda que um músico norte-americano de passagem por Lisboa. Dado que a imensa Internet apenas responde ao pedido de informações de Passarella com uma participação no álbum Água da Boca de Lara Li (efectivamente também de 1982), põe-se a questão: seria Chester Passarella efectivamente real, e nesse caso o que lhe terá acontecido? Se não, qual seria o músico nacional que se esconderia por trás desse pseudónimo? E saberá que ficou para sempre na memória dos portugueses, que acarinham esta canção como um hino? Questões sem grande importância no grande plano da existência, mas por que podemos passar de relance ao ouvir este maravilhoso Estou além. Dá-lhe, "Chester"! E António, já agora... E.M.


António Variações, Estou além (1982)
Com agradecimentos a Desafinações e outras canções via Youtube
  

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