It's a one time thing
It just happens a lot

Suzanne Vega

sábado, 1 de agosto de 2015

CAETANO VELOSO + GILBERTO GIL

Caetano Veloso e Gilberto Gil
Cool Jazz Fest
Estádio do Parque dos Poetas, Oeiras
31 de Julho de 2015 (sexta-feira), 21h30


Concertaço numa noite ventosa em Santo Amaro de Oeiras - como "explicaram" a Caetano Veloso e Gilberto Gil no pequeno intervalo antes do encore, pois os dois monstros sagrados da MPB e da arte brasileira em geral tinham antes instigado os presentes no Parque dos Poetas com "Lisboa!!!"...
Já bem para lá dos 70 anos, mano Caetano e o ex-ministro da Cultura do Brasil, sós em palco com os seus dois violões, conseguiram algo raro: agarrar uma multidão com um alinhamento quase esvaziado de êxitos. O que contou foi a qualidade dos seus catálogos, a forma como ainda cantam e tocam, a simbiose entre dois velhos amigos, a intimidade e a celebração como vectores universais. Uma hora e três quartos de espectáculo passaram a correr, quando se ouviam, por exemplo, a portentosa interpretação de Gil em Não tenho medo da morte, só voz batida pela vida e a batida das mãos na viola, ou belíssima balada de harmonia entre sexos Super-Homem, a Canção. Do lado de Caetano, realce para a dupla juntinha, Sampa e Terra, ambas declarações de amor a locais. 
O Estádio do Parque dos Poetas estava quase cheio, a usual mescla de gerações face a artistas de longa carreira, e o ambiente foi mais lânguido e descontraído do que de dança - afinal, a maior parte dos espectadores estava sentada. Boa relação preço de bilhete-qualidade, se bem que não se possa deixar de referir dois pontos negativos: o rufar do vento que por vezes se fazia sentir (creio) nos microfones, num som de resto de boa qualidade, e a péssima e potencialmente perigosíssima gestão de espaços. Quer isto dizer que muitos milhares de pessoas tiveram que sair por apenas, ao que vislumbrei, duas saídas estreitas. Eu próprio estive fechado em passo de caracol no meio de multidão compacta (parte num corredor subterrâneo) durante cerca de 20 minutos. Inadmissível, para mais numa iniciativa com os anos que o Cool Jazz já leva. A rever.
Quanto a Caetano e Gil, ficaram ainda mais no nosso coração. Voltem sempre, enquanto puderem. E.M. 



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