It's a one time thing
It just happens a lot

Suzanne Vega

sexta-feira, 5 de junho de 2015

BAN, Alma dorida



João Loureiro, antes de seguir os passos do papá major Valentim e pegar nos destinos do Boavista, andou pelos caminhos tão ou mais excitantes da música moderna. Na passagem dos anos 80 para os 90 os BAN, já com a grande voz de Ana Deus (imensamente desaproveitada pelo patrão Loureiro e mais tarde engrandecida no projecto Três Tristes Tigres), enveredaram por um pop elegante, agradável e de produção cuidada. Mas antes, em 1984, e seguindo o recorte urbano-depressivo do eixo Manchester-Liverpool cuja matriz passava pelos Joy Division, tinham editado um curioso single/mini-LP com este Alma dorida. A voz de Loureiro não é das melhores, mas dentro deste género, em que os temas eram geralmente compostos em acordes menores e cantados em tons mais baixos, fica com um certo charme. E note-se que, ao contrário, por exemplo, do que fizeram os Sétima Legião, os BAN aqui não puseram nadinha de português, excepto as palavras. Tudo o resto é tiradinho de Inglaterra. Os BAN de Irreal social e Num filme sempre pop seriam depois muito mais alegres e dançáveis, pelo que Alma dorida fica como retrato do artista enquanto jovem, curiosamente com a alma muito mais velha de que viria a ser no futuro. E.M.



BAN, Alma dorida (1984) 




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