It's a one time thing
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Suzanne Vega

terça-feira, 30 de junho de 2015

Rufus Wainwright, I can't give you anything but love


Na noite de 23 de Abril de 1961, Judy Garland deu um espectáculo memorável no Carnegie Hall, em Nova Iorque, guardado para a posteridade no álbum Judy at Carnegie Hall. 

A 14 e 15 de Dezembro de 2006, Rufus Wainwright recriou, na mesma sala, o concerto de Garland, com praticamente a mesma setlist. O duplo CD daí resultante, Rufus Does Judy at Carnegie Hall, é claramente um trabalho de amor e adoração. Rufus recria o espírito de Judy, mostrando a inteligência e a desenvoltura que a cantora conseguiu naquela noite distante, em que momentaneamente se elevou das profundezas da depressão e dependências que a levariam à morte prematura antes do fim da década.
Num alinhamento recheado de standards dos musicais norte-americanos (em filme e teatro) da primeira década do século XX, o realce vai para I can't give you anything but love, uma belíssima balada de amor profundo e humilde, e das canções com menos batidas por minuto que por aí andam. E nota-se mesmo, como em Judy, ligeiríssimas imperfeições que, num disco ao vivo, não deslustram. Imperfeições provenientes da emoção, pois Rufus (como muitos dos entertainers homossexuais) tem Garland como um ícone, a nível artístico e a nível pessoal. 
Notas diversas: os pais de Rufus, os cantores Loudon Wainwright III e Kate McGarrigle, estiveram presentes no espectáculo original, e também nos do do seu filho. E todos estavam apinhados de celebridades do music business. Atenção ao belíssimo design de ambos os discos, que são muito semelhantes. E.M.



Rufus Wainwright, I can't give you anything but love (2006)



E para comparar, por que não o "original" de Judy Garland em 1961?

Judy Garland, I can't give you anything but love (1961)



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