It's a one time thing
It just happens a lot

Suzanne Vega

sábado, 20 de junho de 2015

HOT DISCO... DISCO INFERNO


Com o calor que está por Lisboa, este título está mesmo a calhar: Disco Inferno dos Trammps. O tema saiu em 1976, mas a fama, merecida e praticamente resumida a esta canção, veio com a inclusão, no ano seguinte, na banda sonora de Saturday Night Fever 
Basicamente, trata-se de um moinho de produzir batida (atente-se no uso diabólico do hi-hat, ou pratos sobrepostos), vontade de dançar e toda a gente a responder "burn", quando o vocalista Jimmy Ellis nos incita a "burn this mother... down" - nessa altura longínqua não se podia acrescentar o "fucker". 
E se Ellis tinha um vozeirão - provinha da área do gospel, e isso nota-se na forma como interpela os colegas e fala da sua alma. Aliás, não estará o inferno destinado a quem se deixa prender nas garras pecaminosas da dança, das discotecas e da promiscuidade? Não nos esqueçamos que em 1976 o disco ainda estava a sair do underground dos bares e dancings latinos, negros e gays.
Quanto a mim, há que fazer "mea culpa": jovem e inconsciente, abominava o disco, que deixava para a minha irmã mais velha e a sua turma, e dedicava-me à new wave, ao punk, ao hard rock. Passadas décadas, reconheço que havia um estrato básico de disco de grande qualidade (e até muitos temas que não chegaram à fama e o mereciam) e que constitui actualmente a dieta de base para muitas discotecas, seja na passagem dos originais seja na recuperação por parte de artistas contemporâneos. Para dançar com um cocktail estupidamente gelado, pois então. Ah, versão longuíssima, claro. E.M.

The Trammps, Disco Inferno (1976)



Sem comentários:

Enviar um comentário