It's a one time thing
It just happens a lot

Suzanne Vega

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Caetano e Gil em Oeiras

Caetano Veloso e Gilberto Gil
Cool Jazz Fest
Estádio do Parque dos Poetas, Oeiras
31 de Julho de 2015 (domingo), 21h30
http://www.edpcooljazz.com


Primeira mirada para Terras de Vera Cruz aqui no Nascidoparaouvir.
E atenção, vamos desde já desmistificar: o Brasil não é aquele baú repleto de artistas de imensa qualidade que não conseguem pôr o pé em ramo verde esteticamente. O Brasil é, sim, um país de 200 milhões de habitantes, dos quais um ou outro milhão dedicam-se às artes, e destes parte significativa à música. Mas a maioria destes são conjuntos de falso country e funk de favela e baladas lamechas com um nível tão baixo que devia fazer corar os defensores acéfalos do transatlantismo.
Há, sim, um punhado de génios (Elis Regina, Tom Jobim, João Gilberto, Caetano Veloso, Chico Buarque, Herbert Vianna, Oswaldo Montenegro), algumas dezenas de projectos bons ou interessantes, e pouco mais.
Por aqui, quero saudar um concerto integrado na edição 2015 do Cool Jazz Fest. Nada mais nada menos que Caetano Veloso e Gilberto Gil, juntos, sozinhos, com as suas violas, a cantar "Um Século de Música”, pois já lá vão cinquenta anos desde que começaram a moldar a música brasileira, ainda nos resquícios da bossa nova mas já definindo o que viria a ser a MPB. Dois amigos, dois gigantes da arte em língua portuguesa, num espaço talvez um pouco grande de mais para o formato acústico (o estádio do Parque dos Poetas, em Oeiras), mas tudo se comporá se o dia(noite) estiver cálido. Para quem não estiver a banhos fora da Grande Lisboa, indispensável.
Ficam aqui dois temas, um de cada artista, curiosamente ambos ligados aos elementos. No primeiro, Terra, mano Caetano passa pela Baía, pelos pelourinhos e pelas prisões para fazer uma ode comovente ao planeta onde todos temos que viver. Depois, Gilberto Gil molha-nos com Luar (A gente precisa ver o luar), de 1981, quando o futuro ministro da Cultura aspirava sofregamente as influências do funk norte-americano e as espalhava pelas sonoridadades baianas. Delicioso.

Caetano Veloso, Terra (1978)
Por mais distante, o errante navegante, quem jamais te esqueceria

Gilberto Gil, Luar (A gente precisa ver o luar) (1981)
Se a noite inventa a escuridão, a luz inventa o luar







 
 

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