It's a one time thing
It just happens a lot

Suzanne Vega

terça-feira, 7 de abril de 2015


Sting: entre New Orleans e o Parque das Nações

Festival Super Bock Super Rock
Dia 16 de Julho de 2015 (quinta-feira)
Parque das Nações, Lisboa
www.superbocksuperrock.pt



Stewart Copeland, baterista dos Police, disse certa vez que Sting tinha tido um percurso curioso. Segundo Copeland, nos anos 70, quando se conhecerem e fundaram os Police, Sting era um péssimo ser humano mas estava totalmente dentro do espírito musical da época (punk, new wave, reggae). À medida que ia ficando mais velho, foi melhorando enquanto pessoa, mas perdendo o contacto com a realidade musical.
Não se pode deixar de concordar com Stewart. O que foi transpirando das relações entre os três "polícias" (Sting no baixo e voz, Stewart Copeland na bateria e Andy Summers na guitarra) foram atitudes prepotentes do líder, que apenas queria gravar canções suas, razão por que no álbum Zenyatta Mondatta (1980) tudo são temas compostos por Sting, excepto Bombs away, de Copeland, e Behind my camel, de Andy Summers. Esta última chama-se assim porque Sting dizia que por trás de um camelo estava uma pilha de... digamos, excrementos, e era isso que ele considerava a composição do guitarrista.
Para além disso, Sting exibia já as suas atitudes de grande comandante da esquerda ecologista (muito pouco consentâneas com a sua posição ditatorial dentro da banda, sublinhe-se), enquanto Stewart, cujo pai era um agente da CIA, se aproximava das linhas mais direitistas. As discussões entre os dois, ao que parece, eram de fazer saltar o tecto do estúdio.
Com amigos destes... só restava a separação em 1985. Sting foi para uma carreira a solo inicialmente muito bem-sucedida, aproveitando a sua fama para atrair grandes nomes do jazz e do funk para colaborar. Mas, e como já dizia Copeland, foi-se fechando e estiolando musicalmente, e as suas últimas aventuras com alaúde (!!!) são inenarráveis - mas foi ficando uma pessoa mais simpática, e convidou os seus dois antigos companheiros para tocar Message in a bottle no seu casamento, e em 2008 embarcaram numa milionária digressão mundial antes da dissolução final.
No primeiro álbum a solo, The Dream of the Blue Turtles (1985), surge um curioso tema, com laivos de jazz e dos clássicos musicais da Broadway. Chama-se Moon over Bourbon Street, fala do amor de um vampiro por uma jovem de famílias bem em New Orleans. A canção é elevada a outro nível pela presença do grande saxofonista Branford Marsalis e pela preferência de Sting pelo contrabaixo.
Sting actua no Super Bock Super Rock em 16 de Julho.


Moon over Bourbon Street, Sting (1985)



 




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