It's a one time thing
It just happens a lot

Suzanne Vega

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Credence Clearwater Revival, Hey, tonight

Angola, onde nasci, passei a minha infância e da qual me sinto também parte, era nos finais dos anos 60 e primeira metade dos 70 um curioso ponto de encontro. Antes de mais, das riquíssimas culturas locais; depois, da música portuguesa que vinha da "Metrópole"; por fim, daquilo que fluía directamente do outro lado do Atlântico, curto-circuitando por vezes o controlo do Portugal salazarista - neste caso estavam, acima de todos, os artistas brasileiros, e depois os dos Estados Unidos.  
E desses nomes, um era de uma banda que, apesar de vida curta, teve influência na evolução do rock., nomeadamente na integração de alguns elementos de blues. Os Credence Clearwater Revival (CCR para simplificar) eram basicamente o veículo para o guitarrista, vocalista e compositor John Fogerty, antes de tudo se dissolver em lutas intestinas sobre dinheiro e controlo artístico, e que levaram o pobre do John a nunca mais se encontrar.
Mas nos CCR... ah, que canções. De uma especialmente recordo-me, vinda do gira-discos do meu primo Rogério, na casa ao lado. Era este Hey, tonight. É o que se pode chamar uma música que sabe bem o que é e o que quer. Curtinha mas com uma batida determinadíssima, com uma bela introdução das guitarras eléctricas, Fogerty no melhor da sua voz rouca, boa conjunção de acordes. A letra, concedo, está para lá da simplicidade - apenas sabemos que algo de bom se vai passar logo à noite. Ou seja, rock e descontracção do Sul dos States. Ouvidos nas tardes tropicais. E que continuam a soar muito bem. E.M.

Hey, tonight, Creedence Clearwater Revival (1970)

 

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